Capítulo 17 Homem de Duas Caras |
Harry saltou para a porta em chamas, mas Voldemort gritou:
- AGARRE-O! –
E, no instante seguinte, Harry sentiu a mão de Quirrell fechar-se em
torno do seu pulso. E, ao mesmo tempo, uma dor fina como uma agulhada
queimou sua cicatriz; parecia que sua cabeça ia se rachar em dois; ele
berrou, lutando com todas as forças e, para sua surpresa, Quirrell
largou-o. A dor em sua cabeça diminuiu, ele olhou alucinado à volta para
ver onde fora Quirrell e o viu dobrar de dor, examinando os dedos, eles
se enchiam de bolhas, diante dos seus olhos. [...] A cicatriz de Harry
quase o cegava de dor, contudo ele via Quirrell urrar de agonia.
- Mestre, não posso segurá-lo. Minhas mãos. Minhas mãos! – [...] arregalou os olhos, perplexo, para as palmas das mãos – elas pareciam queimadas, vermelhas, em carne viva.
- Então mate-o, seu tolo, e acabe com isso! – guinchou Voldemort.
Quirrell levantou a mão para jogar uma praga letal, mas Harry, por instinto, esticou as mãos e agarrou a cara de Quirrell.
- AAAAAI!
Quirrell
saiu de cima dele, seu rosto se encheu de bolhas também, e então Harry
entendeu: Quirrell não podia tocar sua pele, sem sofrer dores terríveis –
sua única chance era dominar Quirrell, causar-lhe dor suficiente para
impedi-lo de lançar feitiços.
Harry
ficou de pé de um salto, agarrou Quirrell pelo braço e segurou-o com
toda a força que pôde. Quirrell berrou e tentou se desvencilhar – a dor
na cabeça de Harry estava aumentando – ele não conseguia enxergar –
ouvia os gritos terríveis de Quirrell e os berros de Voldemort “MATE-O! MATE-O!” e outras vozes, talvez dentro de sua própria cabeça, chamando “Harry! Harry!”
Sentiu
o braço de Quirrell desprender-se com força de sua mão, teve certeza de
que tudo estava perdido e mergulhou na escuridão, cada vez mais
profunda.
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